Infertilidade: "Nem a primeira e nem a última."

Eu costumo escrever sobre tudo um pouco: moda, cabelo, maquiagem, enfim, falta tempo mas não falta assunto. Mas como na vida nem tudo é doce, hoje eu vou escrever um pouco sobre mim e o que sinto à respeito de um assunto um tanto quanto delicado: Infertilidade.

Depois de alguns anos de casada, ter um filho passa a ser praticamente uma obrigação. Os anos passaram, as suas amigas já tem filhos e você ainda não. Os familiares cobram um bebê na sua casa e você já não sabe mais qual desculpa inventar pra não ter que admitir pra você mesma que ter um filho nem sempre é uma questão de querer. 

O prazo estimado para um casal saudável ter um filho, é de doze meses. Mas o que dizer de um jovem casal saudável, que em seis anos de tentativas frustradas, tem apenas uma resposta incerta: Infertilidade sem causa aparente. 

Nesse meio tempo, eu já passei por todas as fases: Ansiedade, depressão, frustração, tentei até mentir pra mim mesma, que desisti. Já acreditei em tudo que me disseram, afinal quando não se tem mais esperanças, não se tem nada à perder em tentar, não é verdade?! Já tomei o famoso "saúde da mulher", tomei chá, plantei bananeira mas não aconteceu. E eu voltei a recorrer a medicina novamente.

Depois de vários exames que só aumentaram a ansiedade, a primeira sugestão dos médicos, foi a indução à ovulação, para ovular mais aumentando as chances da fecundação do óvulo. Um ciclo de tratamento, uma ecografia por semana e no final do mês todas as suas esperanças parecem desaparecer ao perceber que não foi dessa vez. 

A segunda sugestão dos médicos foi a inseminação artificial. Esse procedimento custa de $15 à $20,000 reais e está muito longe das minhas possibilidades. 

Adotar é uma opção; é mais que isso: é um gesto de amor. Mas é preciso perguntar para si mesma se o que se quer é engravidar, ou ser mãe. Engravidar é ver a sua barriga crescer, sentir todos os sintomas da gravidez, é dar a luz. Ser mãe é escolher alguém para encher de amor e cuidado. No Brasil, apesar dos orfanatos estarem cheios de crianças aguardando a oportunidade de ter uma família, e casais com pretensão de adotarem as mesmas, não é o suficiente. Adotar é uma questão burocrática, e enquadrar-se no perfil exigido para entrar na fila de adoção não é fácil.

Hoje eu evito tocar assunto, talvez porque seja mais fácil ignorar esse fato e ter esperança de que o tempo se encarregue de mudar o final da história. É doloroso imaginar uma vida sem a alegria da maternidade. Na minha opinião uma casal sem filhos é um casal, e não uma família. Só quem passa por isso sabe exatamente como me sinto. Sei que não sou a primeira e nem a última mulher a encarar essa situação. Mas não é fácil. É uma luta diária, mas como desistir de um sonho é mais triste do que lutar por ele, eu vou continuar lutando!!!

Tah bom de açucar?! Beijos Sweet!!!