19/02/2015

Comer, Rezar e Bloggar (Ops...Amar)!!!

Poucas histórias são capazes de despertar tantas emoções de uma só vez: a dor de uma separação, a euforia de um novo amor, a frustração causada pelas paixões, a necessidade de buscar um estímulo pela vida, a curiosidade por novas culturas, o processo de purificação e, por fim, a libertação pessoal e o equilíbrio. Tudo isso resumido em pouco mais de 2 horas. Para quem quiser fazer um curso de imersão pelos caminhos percorridos por Elizabeth Gilbert, fica a dica do livro que originou o filme homônimo, além do livro que dá continuidade à história de amor de Liz e do seu gaúcho Felipe em “Comprometida”).

Uma grande parcela das pessoas deve estar pensando: isso é filme de mulher. Não. Esse é um filme que retrata a jornada que poderia ter sido percorrida por qualquer pessoa que, por não conseguir se encaixar nos moldes tradicionais da sociedade, busca o seu lugar no mundo e sua libertação.

Mas, esteriótipos à parte, o que vale no filme são aquelas situações que tocam individualmente os espectadores, e que sugerem diferentes metáforas pessoais.

Na Itália, é o lugar para se despir de toda a culpa que carregamos involuntariamente e que nos impede de sentir prazer com as coisas boas da vida (como, por exemplo, se esbaldar em prato farto de spaghetti veramente italiano). É lá que se aprende que o prazer não é pecado, mas sim uma dádiva da vida. Afinal são os italianos que difundiram a filosofia do “Dolce far niente”, ou seja, o prazer de não fazer nada. Mas em troca se ganha alguns quilinhos, já que a culinária é literalmente um prato cheio!

Na Índia, em um verdadeiro ashram (comunidade que se une para atingir uma evolução espiritual com a supervisão de um líder místico ou guru) que Liz terá a sua árdua peregrinação que permitirá o seu desenvolvimento espiritual. Junto com ela nós conhecemos as limitações físicas e mentais de se enfrentar uma imersão na meditação e na purificação espiritual. Porém é durante esse período difícil e sofrido que estão algumas das maiores lições. Uma delas é entender que não existe uma receita para a meditação. Cada um deve meditar à sua maneira, esvaziando a mente respeitando as suas próprias peculiaridades. Deus habita em cada um de nós, por isso é tão importante que se cultive o respeito a si próprio, e assim estaremos mais próximos Dele.

O mais difícil nessa jornada espiritual, no entanto, não é a dificuldade de concentração para meditar, nem o incômodo dos mosquitos e do calor, tampouco o cansaço físico e o isolamento do mundo externo. O maior dos obstáculos é aprender a nos perdoar: pelas nossas escolhas equivocadas, pelas nossas faltas ou pela própria culpa que nos acompanha involuntariamente. Esse é o passo mais difícil e que exige muito treino para que se chegue nele. E é só através do nosso próprio perdão que será possível alcançarmos a libertação pessoal.


Quando nós sofremos muito na vida, acabamos perdendo a confiança no amor e nas pessoas. É aí que entra o simpático guru desdentado de Bali que ensinará a Liz (e a nós também, que precisamos de um empurrãozinho na vida) que para ser feliz é necessário confiar. Confiar no outro, na vida, em Deus, no amor, não necessariamente nessa ordem. E só quando nós aprendemos a confiar novamente é que damos a chance para que as coisas boas se aproximem de nós. Veja o trailer:

O crescimento não é fácil. Nada na vida é fácil. Mas são esses degraus que nós escalamos diariamente que nos levam a evoluir e sermos pessoas melhores. Não há crescimento sem sofrimento. Não há felicidade sem o prazer. É o equilíbrio entre as coisas que nos move e, mesmo dentro de uma vida equilibrada, há momentos para se viver sem culpa, o prazer do desequilíbrio. 




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